Invariavelmente a troca de treinador tem efeito apenas imediato ou, em alguns casos, nem isso. Aqui no nosso estado, onde os clubes estão cheios de diretores amadores que deixaram as arquibancadas para comandar o departamento de futebol de seus clubes do coração, Paraná e Coritiba fizeram a opção pela demissão de seus técnicos. Qual será o efeito disso? Confesso que acho pouco provável que seja positivo.
No caso do Paraná, a mudança ocorreu faz pouco tempo. Junto com a saída de Claudinei Oliveira, comprovadamente bom treinador, também ocorreram alterações em todo o departamento de futebol. Inclusive o dirigente Durval Lara Ribeiro, se afastou. O problema maior é o elenco que ele ajudou a formar e deixou como herança no clube. Foi esse elenco limitado que causou a saída do técnico. O Paraná tinha – e falo isso desde o campeonato estadual – um bom time e não um bom elenco. Faltavam opções para substituir os titulares quando esses não estavam disponíveis. Sem boas peças, o treinador não faz milagre. Ou seja, será que Marcelo Martelotte será capaz de fazer melhor que Claudinei Oliveira sem receber bons reforços?
Já o Coritiba mandou embora Gílson Kleina e deu um prazo para Pachequinho mostrar resultado. Depois de demitir o antigo técnico já vem o primeiro erro. Qual a segurança que Pacheco tem para realizar seu trabalho? Outra pergunta: no final do ano passado Pachequinho não estava pronto, precisava adquirir experiência, se preparar e depois assumir. Seis meses depois e sem fazer os cursos que faria fora do país, já está pronto? No departamento de futebol ninguém sabe quem é quem. Maurício Andrade, contratado para ser um diretor administrativo, está indicando e escolhendo o novo diretor de futebol profissional. Na prática, ele deveria cuidar do funcionamento do Centro de Treinamento, da integração da categoria de base com o profissional. Mas, pela falta de pulso da direção eleita, está tomando conta do clube. Essa situação me faz lembrar de Felipe Ximenes, que tomou conta de tudo na parceria com ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade. Fizeram bons times, ganharam títulos e deixaram o Coritiba com problemas financeiros que refletem até hoje. Será que o problema era só Gílson Kleina?
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