O Atlético colocou as duas mãos na taça de campeão paranaense. A vitória por 3 a 0 sobre o Coritiba no primeiro jogo da final é, praticamente, irreversível. Vencer por 3 gols de diferença sem a obrigação é uma coisa. Ter que fazer, obrigatoriamente, 3 gols é outra bem diferente. Só não podemos afirmar que o Atlético é campeão por se tratar de futebol e, nesse esporte, tudo é possível. Mas, essa missão, é quase impossível. É bom lembrar que os 3 gols de diferença servem para o Coritiba levar a decisão para os pênaltis.
No jogo de ontem os dois times tinham propostas bem claras. O Atlético sabia da necessidade de fazer o resultado e, por isso, foi para o ataque. O Coritiba – assim como no jogo da primeira fase – entrou em campo para segurar o adversário e jogar por uma bola. Levou a melhor quem buscou a vitória, como geralmente acontece. O problema, para o Coxa, é que o Atlético foi perfeito na busca por seu objetivo. Os 23 minutos jogados pelo rubro-negro no segundo tempo foram eficazes e competentes. Sem dar a menor chance de reação ao adversário o time de Paulo Autuori construiu o placar como uma avalanche que vai carregando tudo o que tem pela frente. Com essa fome de gol e com os erros do Coritiba nos três lances decisivos do jogo, o Atlético foi passando por cima.
Estamos falando, claro, do pós-jogo e com o placar construindo. Mas, se analisarmos o pré-jogo, as escalações mostram o que cada um queria para a partida. Autuori mexeu no meio-campo por obrigação e por opção. Sem Otávio, suspenso, perdeu a qualidade na saída de bola e aproximação ao ataque. Assim, sacou Jádson e formou a dupla de volantes com Deivid e Hernani. Deu certo. O primeiro só marcou e o segundo teve total liberdade para fazer o jogo de uma área a outra. Ainda no meio, Pablo foi o escolhido para o lugar de Vinícius e jogou muito bem. No ataque o treinador sacou Marcos Guilherme e escolheu Evandro, outro que jogou muito bem e foi decisivo.
Do outro lado, Gílson Kleina montou a mesma estratégia da vitória por 2 a 0 na primeira fase. A diferença é que ele não tinha as mesmas peças em campo. Sem Ceará, o fraco Reginaldo foi o escolhido e foi muito mal. No meio, sem Juan e Dudu, entraram Vinícius e Tiago Lopes. Os dois foram muito mal e a opção pela transição em contra-ataque rápido não deu certo. A bola não chegou nenhuma vez com qualidade até Negueba e Kléber. Assim, o Coritiba não deu um chute perigoso ao gol no jogo todo.
Ou seja, o trabalho de Paulo Autuori foi melhor que o de Gílson Kleina e o treinador atleticano foi beneficiado pelo desempenho dos jogadores escolhidos para substituir os ausentes. A semana vai ser leve para os lados da baixada e muito pesada no Alto da Glória. O que resta para os dois é tentar motivar seus jogadores. Autuori para evitar o clima de já ganhou e Kleina para evitar o de já perdeu.
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