Construir o Estádio não foi tarefa das mais fáceis. Mas construir o Estádio antes do tempo parecia impossível.
Há algum tempo comentava-se que a inclusão do Londrina Esporte Clube no Nacional dependeria exclusivamente do término das obras do estádio e por isso mesmo esquemas de trabalho dobrado já haviam começado a ser montados. Mas faltava a palavra final, a senha que desencadearia a guerra contra o tempo. E ela foi dada pelo prefeito, depois de uma viagem ao Rio de Janeiro. Voltou, reuniu-se com seu primeiro escalão, fez cálculos, pensou, repensou e convocou a imprensa:
- Podem dizer que o Estádio estará pronto para o Nacional. E nesses quase 100 dias o Estádio praticamente brotou do chão.
De um lado, Wilson Moreira, secretário de obras e sua equipe de engenheiros e técnicos atacavam as obras em ritmo acelerado. Do outro, Manoel Machado, diretor da Companhia de desenvolvimento de Londrina e sua equipe de comercialização geravam os recursos para a construção.
A construção do estádio iniciou-se realmente no dia 1 de agosto de 1974, mas em ritmo lento. Em julho de 1975, já com a campanha de vendas de cadeiras cativas a pleno vapor atingiu seu ritmo normal. Mas, foi em 1976, a partir do mês de maio, com a perspectiva do clube vir a participar do Campeonato Nacional, que todo o processo de construção sofreu uma aceleração "incrível".
"A capacidade normal do Estádio é de 40 mil pessoas, podendo comportar até 60 mil. Esta capacidade poderá ser ampliada para 100 a 120 mil pessoas." Diziam os jornais de época.
Os olhos de "seo" Oswaldo determinaram o local
Só mesmo os olhos clínicos de Oswaldo Leite, 35 anos nas costas só de trabalho na prefeitura e experiência acumulada em Londrina desde a primeira meia dúzia de casas, poderia detectar o local ideal para a construção do Estádio do Café.
Tão ideal que o projeto do estádio, em forma de uma ferradura, prevê uma abertura que mostra a cidade em visão panorâmica, como em cartão postal.
Segundo relatam, em depoimentos confirmados por João Bespalhok, diretor-técnico da Companhia de Desenvolvimento de Londrina, os membros da comissão eleita para escolher o local da construção já estavam cansados.
Terrenos na vila Portuguesa, no Jóquei Clube, atrás do Hospital Universitário haviam sido sondados, assim como vários outros em toda a cidade. Por último ficou o localizado atrás do HU. Seria ali o Estádio do Café.
Oswaldo Leite, que há vários anos trabalha como fotografo oficial da prefeitura, fotografando locais antes e depois das obras, não se deu por vencido. Reviu fotografia por fotografia, de toda a cidade, seu arquivo inestimável. De estalo ele descobriu: é aqui.
Correu para a sala de Bespalhok. De lá para o ex-pátio de estacionamento da planejada Estação Ferroviária, cujas obras haviam sido paralizadas há algum tempo. Era ali: terreno não faltava. E limpo. E distante do centro da cidade. E próprio para funcionar como chamariz do desenvolvimento da cidade para aquele lado.
Bespalhok não teve dúvidas: correu para o gabinete do prefeito. De lá voltaram ao local. E estava escolhido o chão para o surgimento do Estádo do Café.
Inauguração do Estádio e dos Refletores
A inauguração do Estádio do Café, dia 22 de agosto de 1976, levou cerca de 50 mil pessoas ao jogo Londrina x Flamengo, gerando uma renda recorde de Cr$ 857.720,00. Uma apresentação da Banda dos Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro foi a grande atração preliminar.
Na bola, Londrina e Flamengo fizeram um belo jogo e coube a Paraná do Londrina, cobrando pênalti, marcar o primeiro gol do novo estádio. Junior, aquele mesmo da Seleção Brasileira, fez o gol de empate e o jogo terminou em 1 a 1.
Afonso Vitor de Oliveira foi o árbitro, auxiliado por Célio Laudelino Silva e Tancler Pavani.
O Londrina jogou com Paulo Rogério, Odair (Milton), Pontes, Arenghi e Fio; Freyer (Toquinho) e Sergio Américo, Paraná, Carlos Alberto Garcia, Willian (Anderson) e Caldeira (Marco Antonio).
Três dias depois da inauguração oficial, o Estádio do Café viveu outra festa, a da inauguração do seu sistema de iluminação. Jogaram Londrina e Corinthians Paulista. O Londrina ganhou por 1 a 0, gol de Carlos Alberto Garcia, aos seis minutos do segundo tempo. Antes do jogo o espetáculo ficou por conta de um show pirotécnico.
A arbitragem foi de Célio Silva, auxiliado por Afonso Vitor de Oliveira e Cícero Salata.
A renda de 463.070,00 cruzeiros para um público de 22.181 pagantes.
Fonte Assessoria de Imprensa LEC
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